O sol já se escondia atrás daquela que o havia acolhido durante tantos verões, estava para lá da serra mas mesmo assim ainda conseguia sentir o calor já entorpecido do final de tarde. Fechou os olhos e sentiu o cheiro do mato misturado com o odor salgado e acre da praia, quantos meses sem fim tinha sido aquela a sua casa? Ano após ano regressava de malas e a casa às costas (se é que aquilo se podia chamar casa!) para ali ficar até ao início do novo ano escolar. Subia e descia as rochas, descobria novas entradas e saídas das grutas… eram os primos, os amigos, as amigas...o primeiro beijo doce e salgado... Mas do outro lado, sempre em vigília, lá estava ela. Parecia que tinha escolhido o verde dos pinheiros e da esteva, salpicada aqui e ali pelas suas flores brancas e cândidas para a vestir, e os pés de areia e as conchas, eram permanentemente banhados pela água do rio que ali, precisamente ali, se oferecia ao mar... Tantas vezes tinha sonhado em atravessar o rio e ir até ao outro lado...não se esquecia da primeira vez em que o pai achou que ele já tinha idade e força para entrar no bote e ajudá-lo a remar até aos primeiros bancos de areia! Como se havia sentido crescido e adulto! E da primeira vez que haviam ido até à outra margem? Quando abriu os olhos ainda parecia que sentia os braços cansados dos remos e a pele salpicada da água salgada. Como os barcos que descansavam na marina eram diferentes do bote de outrora! Como tudo era diferente! Mas o cheiro, esse sim, ainda conseguia ser igual e trazer-lhe tantas lembranças à memória...
Confesso que já tinha saudades! Bom concerto dos 2U ontem à noite no Speakeasy! Há alguns meses que não os ouvia e ontem deu para ver que continuam a tocar bem e cada vez melhor (destaque para o baterista)! Quem gosta de U2 deve com certeza gostar dos 2U, a melhor banda portuguesa de tributo a Bono Vox & Cia.
Enquanto o fotógrafo amador e a contadora de estórias não trazem nada de novo, descobri um vídeo que junta, na minha opinião, as duas melhores bandas de Rock: Guns N' Roses e U2! Guns no pódio como não poderia deixar de ser mas U2 logo em segundo lugar! (A qualidade de som e imagem não é das melhores mas vale pelo acontecimento)
Quando ouvi Guns N' Roses pelas primeiras vezes andava no ciclo, nessa altura começou a ser frequente levar a guitarra para a escola e tocar as músicas que estavam na moda, sendo que para um principiante de guitarra existem sempre músicas que nunca saem de moda: Dunas e Knockin' on Heaven's Door são duas delas! Nessa altura ficaria portanto a conhecer aquela que seria a banda da minha vida, não sei se toda a gente tem uma mas eu tenho e são os Guns N' Roses(antiga formação ou nova formação não interessa, o som da nova formação para mim continua a ser Guns N' Roses!) Conheci U2 com o álbum Pop, na minha opinião um excelente trabalho, muitas vezes incompreendido. Como na altura não conhecia em detalhe o trabalho deles, o álbum serviu de "preparação" para aquele que seria o meu primeiro concerto dos U2 a 11 de Setembro de 1997. Alguns anos antes, em 1992 os Guns N' Roses subiam ao palco pela 1ª vez em Portugal (para um concerto polémico, não fossem eles os Guns N' Roses!). Lembro-me como se fosse hoje: tinha na altura 13 anos e como devem calcular não me deixaram ir ao concerto (se fosse hoje provavelmente seria diferente), nesse dia encontrava-se em Setúbal, e chateado por não ir ao concerto, a minha mãe achou que seria um óptimo dia para cortar o cabelo! Estávamos no dia 2 de Julho de 1992! É com certeza dos poucos dias que eu nunca vou esquecer que nesse dia cortei o cabelo!!!
Sinceramente não sei se diga que gostei deste filme... Ok, é um bom filme!
Não faz muito o meu género de filmes mas considero que merece a distinção e basicamente por dois motivos: a prestação da Natalie Portman revela uma entrega total ao filme, emagreceu, aprendeu a dançar bailado e por emagrecer demais ainda foi obrigada a engordar! Podiam ter optado por um duplo, mas decidiram que seria ela a fazê-lo e dançar daquela forma com tão pouco tempo para aprender, é obra! O outro aspecto refere-se à dinâmica da filmagem: com muito close-up, fazem com que as cenas se tornem mais intensas, o que “prende” mais o espectador ao filme e faz com que este fique com um bom ritmo, aceitável para o tipo de filme em questão, de outra forma o filme podia ficar um pouco lento e menos interessante. Um cisne branco que luta para mostrar que está à altura de ser também um cisne negro, embora tenha que “lutar” ainda contra as suas alucinações, que não lhe facilitam a vida. Quanto a mim, alucinações a mais. No final, Natalie mostra a toda a gente que consegue não só estar à altura da “tarefa” mas ainda imprime um cunho “pessoal”, tornando aquela representação numa cena real, com um final real e não simulado.
Resumindo, um filme a ver principalmente pela óptima prestação da Natalie Portman.
O Dia da Mulher devia ser como o dia do homem, todos os dias! Ainda assim, e pela luta muitas vezes desigual, aqui vai a minha homenagem a todas as Mulheres!
Neste dia, um poema para a Mulher o Poema Mulher:
POEMA MULHER
O poema é como um corpo de mulher. Há-de ser suave, leve, belo. Há-de possuir pontos sensíveis, em que um simples toque o faça vibrar. Há-de ser forte e delicado, flexível, mas inquebrável. Para alguns é impenetrável. Para alguém especial, é aberto, transparente, claro.
(Aníbal Albuquerque)
...E que as diferenças e semelhanças entre ambos continuem a ser dos mistérios mais surpreendentes!
"Little sister don't you worry about a thing today Take the heat from the sun Little sister I know that everything is not ok But you're like honey on my tongue
True love never can be rent But only true love can keep beauty innocent
I could never take a chance Of losing love to find romance In the mysterious distance Between a man and a woman No I could never take a chance 'Cause I could never understand The mysterious distance Between a man and a woman
You can run from love And if it's really love it will find you Catch you by the heel But you can't be numb for love The only pain is to feel nothing at all How can I hurt when I'm holding you?
I could never take a chance Of losing love to find romance In the mysterious distance Between a man and a woman
And you're the one, there's no-one else who makes me want to lose myself In the mysterious distance Between a man and a woman
Brown eyed girl across the street On rue Saint Divine I thought this is the one for me But she was already mine You were already mine...
Little sister I've been sleeping in the street again Like a stray dog Little sister I've been trying to feel complete again But you're gone and so is God
The soul needs beauty for a soul mate When the soul wants...the soul waits ...
No I could never take a chance Of losing love to find romance In the mysterious distance Between a man and a woman
For love and FAITH AND SEX and fear And all the things that keep us here In the mysterious distance Between a man and a woman
Há alguns anos atrás confesso que era espectador assíduo das notícias, muitas vezes “papava” mais do que um bloco noticioso, sobre a sociedade em geral e em particular pelo que se passava no nosso país. Sentia em mim uma necessidade de estar informado sobre aquilo que me rodeava, como as coisas iam acontecendo, a que escala e como nós próprios reagíamos perante tais acontecimentos, Para tal era frequente “sintonizar-me” na SIC notícias. Entretanto alguns anos passaram e com o passar desses anos, tenho vindo a observar que no nosso país: raros são os acontecimentos que “falam” ou promovem a sua melhoria; frequentes são os acontecimentos que o levam à sua estagnação e bastantes são os estímulos que o conduzem a uma situação cada vez mais débil! Um dos motivos que me levaram a dar outro uso ao meu tempo disponível e assim deixar de ver e/ou ouvir telejornais, prende-se com o facto de termos um grupo formado por políticos e outros homens com “poder”, que ocupam de forma significativa a duração dos telejornais. Esse grupo “Canta cada vez melhor mas a sua melodia soa-me cada vez pior”, estranho? Estou certo que a maioria dos portugueses não achará nada estranho, e sabem porquê? Porque de certo que existem cada vez mais pessoas que sentem a “velocidade desenfreada e desafinada” com que esse grupo tem vindo a actuar, embora como disse “cantem cada vez melhor”, ou seja, têm vindo a aprimorar cada vez mais as suas capacidades para mostrar ao povo aquilo que muitas vezes é irreal mas que eles próprios querem acreditar…de tempos em tempos lá surgem uns “updates” com verdades!...e para isso sim, também é preciso treino, muito treino!…deixando muitas vezes de lado e/ou ocultando aquilo que nós portugueses realmente deveríamos saber! Mas isto é “apenas” sobre o verbo falar...e a propósito do verbo falar que me dizem a uma sessão de canal parlamento? Já assisti a várias! Ora eu pensei que se treinar um pouco também sou capaz de deixar de ouvir e ver noticiários e ainda assim ficar “por dentro” do mais importante que se vai passando no nosso país e no mundo, e assim foi! Poderia descrever aqui os inúmeros factos que não me são alheios sobre o país mas sinceramente acho que todos nós sabemos sobre eles em quantidade qb! O problema está no tipo de acção, na natureza das realizações que não são mais do que a materialização do que foi projectado, ou então vão dizer-me que em matéria de governação a maioria das coisas saem sempre ao contrário, óbvio que não! Como é óbvio que cada efeito tem por base a sua causa....e cada causa neste caso tem por base uma estratégica que se tem vindo a revelar completamente ineficaz! O que não é menos grave é que a população já há muito que deixou de acreditar nesse grupo de pessoas com poder, no entanto nós portugueses temos uma tendência para simplesmente não fazer nada, ou seja o famoso “deixar andar!”...”pois porque é que eu me vou estar a preocupar com isto e com aquilo se sozinho não posso fazer nada?”, o que não deixa de ter alguma lógica, mas tentemos analisar a questão de uma outra forma: é claro que sozinhos não temos tanta “força” mas se nos juntarmos teremos muito mais força e aí sim, talvez a força necessária para pelo menos mostrarmos um cartão bem vermelho aos nossos governantes! Ok, mas vão dizer “ Tudo bem, mostrar cartões vermelhos aos governantes não é como no futebol, que dá origem a alterações na equipa”, claro que não, mas cada um com o seu papel, ou como se diz na gíria “cada macaco no seu galho”! Acredito que nos devemos manifestar (se esse for o nosso desejo) contra a acção destes governantes, um pouco numa de “dever cívico”, mas falo de uma manifestação realmente em massa. Estão a “convidar” o povo para uma Manif no dia 12 de Março, porque não? Tem é que ser realmente representativa! Agora os Srs. que foram “contratados” para gerir o País e as entidades reguladoras ou com poder sobre esses Srs. que façam a sua parte! Se o Presidente da República deve fazer alguma coisa, que o faça, se o FMI deve vir para “arrumar a casa”, que venha! Agora que as chamadas medidas de austeridade, sejam aplicadas transversalmente e não apenas aos que por diversas razões vivem já em situações “apertadas”: realizam as funções que lhes foram incumbidas, recebem o seu justo salário (embora muitas vezes injusto no seu valor), dele dependem para viverem, crescerem, e na maior parte dos casos criarem e educarem os seus filhos! É caso para dizer “Falam, falam, falam mas eu não os vejo a fazer nada” lembrando-me eu dessas palavras, aqui vai o discurso todo! NOTA: A linguagem utilizada no vídeo pode ferir a susceptibilidade a algumas pessoas, se achas que és uma delas, aconselho-te a NÃO VER este vídeo:
Todos nós sabemos onde é necessário aplicar também as tais medidas de austeridade...Compete ao governo a sua execução, ou caso este não “veja” o mesmo que o povo vê, que venha a tal organização que com três letras apenas, tem fama de conseguir o que os outros não conseguem! Que apertem o cinto mas que o façam especialmente aos que andam com ele bem largo! Segundo as últimas notícias parece que José Sócrates afinal está a fazer bem o seu trabalho de casa, pelo menos foi o que disse Angela Merkel! “O primeiro ministro chega de Berlim com uma mão cheia de elogios e outra cheia de confiança” (Jornal Público, edição on-line, 03 de Março, 2011). Será que José Sócrates está realmente a fazer o trabalho de casa todo, ou apenas a parte mais fácil, deixando “para depois”, os exercícios mais difíceis? Tenho a certeza que em breve saberemos!
PS: Há dias vi um pouco do telejornal da meia noite antes de adormecer! Confirmou-se! parece que nada de bom acontece, felizmente e de certo modo conforta-me saber que isso não é verdade!
Estava ali parado, fechado, já nada nem ninguém o conseguia distrair, a impaciência começava a instalar-se. A noite já havia conquistado o dia, mas o céu estava totalmente escuro! Não haviam estrelas e a lua também deveria ser tão nova que ainda não se via, provavelmente estava envergonhada... Apenas as luzes vermelhas insistiam em aparecer, todos, tal como ele, deveriam ter um pé no travão ou então, cansados depois de um dia atribulado, lá se socorriam de alguma outra ajuda. Foi quando olhou para o carro parado ao lado do seu. Há quanto tempo estaria ali? Bem... estava igual! O mesmo cabelo, apenas aclarado por alguns “troféus” do tempo… os mesmos olhos, que nunca havia decifrado se eram castanhos ou verdes, ela dizia que mudavam de cor com o tempo e com a luz, mas quem mais teria uns olhos “mutantes”? Os mesmos lábios, entreabertos, provavelmente a falar ao telefone ou então sozinha, como costumava dizer que gostava de fazer! Não a via desde há quinze Verões atrás, mas era ela de certeza! Quando deu por si, já se havia “perdido” a observá-la … ele estava quinze anos mais novo e lembrava-se daquele brilho no olhar como se a tivesse visto na véspera... Foi então que a confusão se instalou! Um carro atravessou-se à sua frente e... quando ficou com o campo de visão livre ela já não estava lá! Mas na boca parecia que tinha voltado a sentir o sabor doce e açucarado das Bolas de Berlim que costumavam partilhar na praia. Regressado de vez ao presente, lá conseguiu seguir viagem. Só estranhou quando olhou para o banco vazio ao lado do seu e viu que estava sujo, salpicado de alguns grãos de areia branca...
