"Fotografar é colocar na mesma mira a cabeça, o olho e o coração." Henry Cartier Bresson
"Os jovens escutam músicas e são loucos, os homens constroem bombas e são normais." Suelen dos Santos Barcelos
"Não sei uma nota de música. Nem preciso." Elvis Presley
terça-feira, 12 de abril de 2011
Camélias - Parque Natural de Sintra
Entrou e sem saber bem como e porquê escolheu a mesa que estava vazia lá ao fundo.
Sentou-se.
Não estava frio, nem calor... sentia-se confortável com a camisa branca que tinha tirado de manhã do roupeiro, quando nem sequer imaginava se o dia iria trazer consigo calor, frio, chuva ou vento.
O ar estava impregnado daquela humidade que parece que fica agarrada em tudo e todos.
A música que tocava era algo que já não ouvia há imenso tempo, mas também não se conseguia lembrar o que era, nem quem a tocava, só sabia que quando a tinha ouvido pela última vez não estava só.
Tirou a carta que trazia no bolso do casaco, já estava amarrotada, mas continuava intacta. Mais uma vez contou e observou os selos e as marcas dos carimbos que lá estavam colados...
Mas quem é que ainda escrevia cartas?
Quem é que ainda pegava no papel e na caneta e deixava as palavras brotarem?
Com tantas tecnologias, aquele envelope parecia-lhe quase uma relíquia. Talvez por isso havia adiado tanto o momento da sua abertura, quem sabe!
Quando a voz do empregado o despertou do transe, pediu um café curto. Não entendia porque é que alguns insistiam em lhe chamar "italiana" ... como se as mulheres de outras nacionalidades também não pudessem ser "fortes" e "concentradas"!
Antes de beber o café, tomou coragem, e "acabou" com a relíquia!
Abriu o envelope de vez, só tomou algum cuidado para não estragar os selos com as flores rosa, esses sim, iria guardar como uma verdadeira relíquia, tal como o nome dela havia ficado guardado e perpetuado na mais conhecida obra de Dumas…
Stella
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