"Fotografar é colocar na mesma mira a cabeça, o olho e o coração." Henry Cartier Bresson
"Os jovens escutam músicas e são loucos, os homens constroem bombas e são normais." Suelen dos Santos Barcelos
"Não sei uma nota de música. Nem preciso." Elvis Presley
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
What Dreams May Come
"What Dreams May Come" ou em português "Para além do horizonte", é um filme protagonizado por Robin Williams e Annabella Sciorra em 1998 que tinha passado despercebido por mim até há poucos dias!
Trata-se de uma história de amor de um casal, mais...de uma família, cujo destino tratou de separar "numa vida" mas fez questão de juntar num outro plano, ou se quisermos no que está "para além do horizonte", embora de forma efémera.
É um filme visualmente bastante bom, com imagens e paisagens muito apelativas à nossa visão, onde o real e o imaginário se fundem, onde o sentimento e a emoção podem ser vividos de forma intensa ao longo do filme (não fosse este um filme com Robin Williams).
Chris Nielsen, Annie e os seus dois filhos formam uma família feliz. A determinada altura, essa felicidade é fortemente abalada pela morte dos dois filhos num acidente de viação. O casal sofre a perda, dentro do possível erguem-se, e continuam as suas vidas, vivendo o amor que os une. A família é de novo abalada, desta vez com a morte de Chris que ao tentar ajudar um ferido num acidente, acaba por ser ele também vitima desse acidente. Após a morte, Chris apercebe-se que "tudo não acaba ali" mas que uma nova vida, bastante diferente o espera. Dividido entre as saudades da mulher e os sentimentos de elegria que "aquele novo mundo" lhe provoca, descobre que foi enviado para o paraíso e parte à procura do desconhecido e do maravilhoso. A certa altura a sua felicidade é de novo abalada pela noticia trazida pelo seu anjo (que em vida foi o seu filho), a sua esposa não teria aguentado o sofrimento da sua ausência e cometera o suicídio. Chris ainda chega a pensar que dessa forma poderão ficar juntos, no entanto o seu filho informa-o que quem comete suicídio vai para outro plano e que os dois não se poderão voltar a ver. Chris quer provar a si e aos outros que não é verdade, e vai tentar fazer tudo o que estiver ao seu alcance para reencontrar o seu amor mesmo estando esse reencontro à partida condenado a breves minutos. Após uma viagem atribulada, Chris consegue finalmente concretizar o seu maior desejo, e reencontra o seu amor.
Este filme remete-nos para a importância da família, do amor, da reacção perante as perdas, da continuação da vida para além "da vida" e sobretudo aborda o amor em si como um sentimento eterno, ou seja, que perdura para além da vida e não cessa com a morte física de uma das partes. No filme podemos deparar-nos com este facto quando Chris decide tentar encontrar a sua esposa. (não vou aqui dissertar sobre a temática - amor, cuja explicação está do meu ponto de vista bem feita no blogue "Só me apetece é cobrir!").
Um filme que vale a pena ver.
Drazdi
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
Será que existe mesmo só um amor para toda a eternidade? E em todas as vidas que vivermos será que nos é permitido viver esse amor e estar com aquela outra metade com a qual nos identificamos? Será tudo isto assim tão linear? O que realmente condicionará as nossas “viagens” pelo plano terreno? O que acordámos antes de vir? O que podemos mudar enquanto estamos cá? O que são perdas espiritualmente falando? Será que eu posso dizer: “eu perdi-te”? Não... porque um dia eu tenho a certeza que irei encontrar-te...
Boa noite,
Em 1º lugar acho que quem faz tantas perguntas devia pelo menos dizer qual é a sua graça! (caso não queira revelar o nome publicamente, pelo menos ficava-lhe bem divulgá-lo a mim! Tendo em conta o conteúdo do texto deverá ser alguém que me conhece e portanto tem forma de me contactar, mesmo que não me conheça, pode sempre enviar uma mensagem que vai parar ao meu e-mail, por isso...)
Não é meu hábito responder a comentários de alguém que não se quer identificar e que coloca questões, algumas delas que exprimem a possibilidade de ligações à minha pessoa. Ainda assim e a título de excepção aqui vai o que penso sobre o assunto, sendo que, conforme disse no meu comentário ao filme, grande parte das ideias que tenho sobre a temática amor, podem ser encontradas no blogue “Só me apetece é cobrir”, atenção que não ganho à comissão nesse blogue, apenas me revejo na maior parte das ideias que o Bruno Fehr possui sobre esta matéria tão sensível e importante nas nossas vidas. Dada a extensão das resposta tenho que colocar isto em vários comentários.
Aqui vão as minhas respostas:
- Será que existe mesmo só um amor para toda a eternidade?
(Vou respondendo pressupondo que o amor que se está aqui a falar é aquele amor que une um casal, pois temos várias formas de amar! E por isso vários tipos de amor!)
Acredito que uma pessoa pode amar várias pessoas ao longo das suas sucessivas passagens pela terra. À medida que essas passagens vão ocorrendo as pessoas vão-se encontrando, vão descobrindo afinidades e o amor pode surgir. Tomemos como exemplo duas pessoas que se vão encontrando várias vezes ao longo das várias passagens por este mundo: à medida que tal vai acontecendo, o sentimento pode ficar cada vez mais forte e o amor surgir. Como a maior parte das pessoas já passou por este mundo várias vezes, existe uma grande possibilidade de por vezes construirmos afinidades, relacionamentos e sentimentos profundos com pessoas com as quais anteriormente nunca tivemos qualquer contacto até essa determinada vida (isso explica a minha opinião em como podemos ter vários amores ao longo da eternidade).
Acredito também que todos nós para além desses amores que vão surgindo, temos o que se chama a “cara-metade” ou o companheiro ou companheira dos tempos (que é a pessoa com quem já nos cruzámos mais vezes e com a qual estabelecemos mais afinidades, com quem o sentimento é mais intenso (se assim o podemos dizer) e o amor existe de forma inequívoca.
Nem sempre vimos “cá abaixo” ao mesmo tempo que a nossa “cara-metade”, por isso é normal que essas vezes sejam aproveitadas para encontrar e fortalecer “outros relacionamentos que podem dar origem a outros amores”. Por vezes há quem viva uma vida inteira e não encontre “ a tal pessoa”, isto pode realmente acontecer: o seu companheiro/companheira das vidas permanece no mundo espiritual durante essa vida e eles não se encontram cá na terra, por outro lado a pessoa pode também não ter encontrado qualquer pessoa por quem sinta afinidade. Penso que o importante é fortalecermos os sentimentos quando encontramos uma pessoa de quem gostamos e de quem podemos vir a amar. Por outro lado existem relacionamentos, que podem ser positivos para o casal mas onde o amor pode não estar presente. Geralmente esses relacionamentos não costumam durar muito tempo. Na minha opinião a palavra “amor” e “amar” ou “amo-te” são hoje fortemente banalizadas e utilizadas na maior parte das vezes sem que esse sentimento realmente exista! Outro dos grandes erros é comparar a paixão ao amor! A paixão e o amor são dois sentimentos bastante diferentes: paixão é algo físico e muitas vezes temporário, o amor para além de físico tem uma componente espiritual e uma vez presente, dificilmente desaparece, se desapareceu é porque podia ser outro sentimento forte qualquer, mas não era amor..
E em todas as vidas que vivermos será que nos é permitido viver esse amor e estar com aquela outra metade com a qual nos identificamos?
R: A minha resposta a esta pergunta já está dada no texto da primeira resposta, ainda assim, copio-a para aqui: Nem sempre vimos “cá abaixo” ao mesmo tempo que a nossa “cara-metade”, por isso é normal que essas vezes sejam aproveitadas para encontrar e fortalecer “outros relacionamentos que podem dar origem a “outros amores”.
Será tudo isto assim tão linear?
R: Claro que não, aos nossos olhos nada disto é linear, mas acredito que no noutro plano (no plano espiritual) esta temática seja entendida de uma forma muito mais organizada e “arrumada”. Por outro lado mesmo que exista um determinado padrão, existe sempre o livre arbítrio, a capacidade que o ser tem para tomar uma decisão de livre vontade de acordo com aquilo que deseja e/ou pretende.
O que realmente condicionará as nossas “viagens” pelo plano terreno?
R: Esta pergunta não tem uma resposta nada fácil! Na minha opinião posso apresentar dois aspectos que eu considero fundamentais: o que fomos noutras vidas incluindo a “bagagem que trazemos delas” (embora não nos lembremos dessas vivências...e ainda bem pois o resultado poderia influenciar automaticamente a vida em curso, o ser poderia deixar de ter a capacidade para agir como resultado dos estímulos desta vida para passar a viver com base naquilo que já foi e nos estímulos de outras vidas! A intuição pode revelar-se como uma das forma por onde flui conhecimento/informação vaga e fragmentada adquirida noutras vidas ); o que fazemos com o nosso livre arbítrio ao longo da vida.
O que acordámos antes de vir?
R: Acredito que antes de nascermos fisicamente para uma vida terrena, fazemos uma espécie de acordo com os aspectos chave (aprendizagem/ensinamentos) que devemos adquirir/realizar nessa vida.
O que podemos mudar enquanto estamos cá?
R: Podemos mudar muita coisa em cada vida terrena. Para isso é necessário analisarmos a nossa personalidade vermos os aspectos que necessitam de ser melhorados. Para tal, é fundamental uma análise de natureza moral, que se baseie no amor próprio e amor ao próximo. Para que as ideias passem da mente para as acções é necessária força de vontade e por vezes abdicar de certos “vícios” terrenos.
O que são perdas espiritualmente falando?
R: No comentário sobre o filme referi-me à perda como impossibilidade temporária de estarmos juntos de pessoas que nos são próximas e de quem gostamos. Espiritualmente falando, penso que as perdas não existem, existe apenas um distanciamento temporário daqueles de quem gostamos, o que gera também a saudade.
Será que eu posso dizer: “eu perdi-te”? Não... porque um dia eu tenho a certeza que irei encontrar-te...
R: Relativamente a esta ideia e visto não saber de quem partiu, não a devo comentar. Apenas posso dizer que as perdas são temporárias. O que pode ser uma perda numa determinada altura no mundo terreno, pode ser uma partilha/reencontro numa outra altura no mundo espiritual ou na vida terrena.
Enviar um comentário